terça-feira, 6 de novembro de 2012

Estradeiras e a mesmo tempo esportivas, trazida nos finais dos anos 1990, brigaram e muito...


Comparativo entre a Suzuki GS 500E e Honda CB 500

A extinção da Honda CB 500 e da Suzuki GS 500E supervalorizou os dois modelos de média cilindrada que pisaram no Brasil e por este motivo ambas acabaram se tornando um sonho para muitos, entretanto, para outros é o passo seguinte para quem sai de uma 250 cc e não consegue pular para uma 600 cc.

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Charmosas, estas duas têm muito em comum. Desde o motor exposto de dois cilindros, até o mesmo peso 173 kg (a seco) e propostas idênticas de uso, tanto urbano, como esportivo ou estradeiro. Claro que só podia ser a dupla. Honda CB 500 e Suzuki GS 500E. Veteranas e concorrentes acirradas no mercado brasileiro há mais de cinco anos – há mais de dez na Europa – elas são um sonho de consumo possível e por isso têm uma legião de fãs, que desfilam pelas ruas e estradas do País. Ou sonham com isso.
Com preços próximos ao de um automóvel de 1.000 cc, GS e CB marcam uma espécie de limite entre o sonho possível e o distante sonho das importadas. Montada no Brasil pelo Processo Produtivo Básico (PPB) a Honda CB 500 - com boa parte dos componentes vindos da Itália - uma 2003 custa hoje cerca de R$ 21.000 enquanto a Suzuki GS 500E - com muitas peças japonesas - pode ser encontrado um modelo 2004 por R$ 18.000. O que aumenta o dilema na hora de comprar, escolhendo entre motos próximas em custo e propostas, mas distantes em outros aspectos.
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Questão de gosto
Só olhando as motos, já é possível perceber na veterana Suzuki GS 500E um design recentemente atualizado. Apesar de ser vendida no Brasil desde 1994 (DUAS RODAS 209), esse ar mais moderno vem da remodelação ocorrida em 2001, (DUAS RODAS 311). Ela perdeu os semi-guidões e a suspensão ajustável e ganhou um guidão reto, suspensões tradicionais e tanque de combustível para 20 litros. Com isso ganhou posição de pilotagem mais confiável e maior autonomia. Mas ainda conservou um pouco do caráter esportivo ditado pelo perfil esguio e grafismos.
Sem grandes alterações de estilo desde seu lançamento em 1997 (DUAS RODAS 267) a Honda CB 500 oferece conforto com seu guidão reto e seu banco distante apenas 77 cm do solo - 79 cm na GS 500E. Isso representa uma vantagem para motociclistas mais baixos, deixando a GB 500 mais fácil de manobrar especialmente em baixa velocidade ou no trânsito. Mas em ambas os comandos são completos e fáceis de operar, inclusive com lampejador para os eficientes faróis de 55/60 Watt montados nas duas “á moda antiga”, em carcaças redondas e cromadas.
Ar ou líquido
Partidas acionadas e os motores já mostram suas diferenças. Na Suzuki GS 500E, o “tuc-tuc” forte e compassado revela um motor tradicional, refrigerado a ar, com 487 cc, dois comandos no cabeçote (DOHC) e duas válvulas por cilindro. Brigando com a gasolina brasileira, pelo menos até se aquecer, esse motor exige bom afinamento da dupla de carburadores Mikuni para funcionar sempre “redondo”.
Isso já não acontece com a Honda GB 500 que conta com motor mais compacto e evoluído, de 499 cc, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote (DOHC) e um sofisticado sistema de refrigeração líquida.
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Nessa Honda, o combustível é pré-aquecido, graças a uma válvula que desvia o líquido do radiador para dutos especiais nas cubas dos carburadores Keihin. Isto até pode representar um custo adicional na manutenção, mas o resultado é um desempenho superior, que faz a CB “despachar” sua rival em qualquer estrada aberta…
A velocidade máxima chega a 183 km/h na Honda GB 500, cujo motor gera até 54 cv a 9.500 rpm. Já a Suzuki GS 500E chega aos 171 km/h com seus 52 cv a 9.200 rpm. O torque máximo é de 4,5 kgf.m a 8.000 rpm na CB 500, enquanto que
na GS 500E chega a 4,2 kgf.m a 7.500 rpm.
Econômicas (veja tabela de medições) têm autonomia excelente em viagens, quando a Suzuki GS 500E se beneficia de seu tanque de 20 litros, que lhe permite rodar mais de 470 quilômetros. Já a CB 500 mal passa dos 406 km com seu tanque de
18 litros
Números
CB 500GS 500
Velocidade Máxima183171km/h
Aceleração – 0 a 100 km/h5,45,5seg.
Aceleração – 0 a 400 m13,213,8seg.
Consumo médio22,323,9km/l
Frenagem a 100 km/h34,8235m
Dia-a-dia
De novo nas duas, a estabilidade é satisfatória para tocadas ousadas ou conservadoras, graças principalmente ao projeto dos quadros. Traz berço duplo lateral com traves de seção retangular na GS e berço duplo tradicional na GB 500, ambos em aço. Os dois modelos usam suspensões telescópicas na dianteira, mas está na traseira a grande diferença. A Honda GB 500 traz dois amortecedores, enquanto a GS 500 usa apenas um amortecedor. Apesar de ser “tradicional”, o bichoque da CB 500 pouco deve para a GS 500E, a não ser em situações críticas como pilotagem muito esportiva, quando pequenas oscilações podem ocorrer. Já em viagens com bagagem e garupa, basta ajustar as molas.
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Na hora de parar, a vantagem volta para a Honda GB 500, dotada de freios da grife italiana Brembo, progressivo e potente. Belas rodas em liga leve completam o conjunto ciclístico dessas estradeiras urbanas, que podem ser calçadas com várias opções de pneus (veja ficha técnica). Por fim, acessórios práticos como ganchos para bagagem e alças para os garupas dão o toque final.
Como “falta” nas duas motos, está a ausência de marcador de combustível nos painéis - de leitura analógica - onde a vantagem é novamente da Honda CB 500, pelo design e facilidade de leitura.
A conclusão é a de que se está diante de duas ótimas motos de média cilindrada (grandes para os padrões brasileiros, pelo menos no ponto de vista econômico). Versáteis, oferecem economia e prazer em uso urbano ou viagens, uma verdadeira “porta de entrada” para sonhos de motos maiores, O gosto pessoal faz a diferença final entre essas veteranas, que continuam válidas e, o melhor, no limite atual de sonho realizável para muitos.
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FONTE: http://www.revistaduasrodas.com.br/
equipe:MotosBR